É muito importante conhecer a nossa pele, saber exatamente quais são os cuidados necessários para mantê-la sempre bonita. Para isso iniciamos o Especial Pele, onde conheceremos a fundo o que é, e como se constitui a nossa pele, e principalmente identificar e saber onde e quais as camadas que os mais diversos procedimentos estéticos, loções, ou cremes atingirão, e quais os resultados que buscam. Legal né? Bora começar?
Espero que gostem!
Espero que gostem!
SISTEMA TEGUMENTAR:
O maior órgão do corpo humano e representa 15% do peso corpóreo, com variações estruturais ao longo de sua extensão. É composta por três camadas interdependentes: a epiderme, mais externa; a derme, intermediária; e a hipoderme ou tecido adiposo, sobre a qual repousam as camadas já citadas, permitindo que a pele se movimente livremente sobre as estruturas mais profundas do corpo.
A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas. Este órgão é responsável pela interface do corpo humano com o meio externo, e exerce algumas funções, tais como: termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção do indivíduo contra agressões exógenas, de natureza química, física ou biológica, e contra a perda de água e de proteínas para o exterior. Apresentam-se mais espessas em algumas regiões, como a região palmo-plantares, e mais finas em outras, como as pálpebras.
A pele constitui-se de 02 camadas e tecido adiposo:
- Epiderme (camada superior)
- Derme (camada intermediária)
- Hipoderme (tecido adiposo)
EPIDERME:
A epiderme, é a camada da pele mais superficial, não é vascularizada (não possui vasos sanguíneos), e consiste em um epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado, de origem
ectodérmica. Sua espessura varia aproximadamente de 0,04 a 1,5 mm de
acordo com a topografia; 95% das células que compõem a epiderme são
queratinócitos organizados em 4 camadas que se renovam continuamente. São elas:
camada basal ou germinativa, camada espinhosa, camada granulosa e camada
córnea. A camada mais profunda, a basal, apresenta atividade mitótica, e os
queratinócitos resultantes da divisão celular sofrem diferenciação à medida que
são empurrados para as camadas mais superiores, sintetizando quantidade
crescente de queratina no seu citoplasma. O tempo de maturação de uma célula
basal até atingir a camada córnea é de aproximadamente 26 dias.
As camadas
da epiderme estão dispostas de modo que sua superfície é relativamente plana,
com exceção das áreas das pregas cutâneas, submetidas a extensões e contrações.
A base da epiderme é sinuosa, formada por cones epidérmicos que se projetam na
derme e encontram-se intercalados com projeções digitiformes (em forma de dedos) da derme
denominadas papilas. Essa disposição confere grande adesão da epiderme com a
derme e maior superfície de contato entre elas, permitindo uma área eficaz de
troca entre esses dois componentes, já que a epiderme é avascular e sua
nutrição deriva dos capilares dérmicos.
Intercalados
entre os queratinócitos, há outros tipos celulares, como os melanócitos, as
células de Langerhans e as células de Merkel.
Camada
Basal
É a camada
mais profunda da epiderme, delimitando-se com a derme. É constituída
habitualmente por única camada de queratinócitos que possuem citoplasma
basófilo e núcleos grandes, alongados, ovais e hipercromáticos, em contínua
divisão mitótica.
Camada
Espinhosa ou Malpighiana
Situa-se
logo acima da camada basal e é formada por 5 a 10 camadas de
queratinócitos com configuração poliédrica, achatando-se progressivamente em
direção à superfície, com seus maiores eixos paralelos a esta.
As células
espinhosas estão unidas mecanicamente entre si e às células basais subjacentes
por meio de pontes intercelulares denominadas desmossomos, estruturas complexas
que conferem à pele resistência a traumas mecânicos. Na camada basal, há apenas
uma placa de aderência ligando a membrana plasmática das células basais à
membrana basal; essas estruturas de adesão são chamadas hemidesmossomos.
Anormalidades dos desmossomos causam separação das células (acantólise), com
formação de bolhas ou vesículas na epiderme. É o que ocorre em doenças
autoimunes como pênfigo foliáceo e pênfigo vulgar, onde há produção de
anticorpos contra as desmogleínas 1 e 3 (constituintes dos desmossomos),
respectivamente.
Camada
Granulosa
É composta
por 1 a 3 camadas achatadas de queratinócitos com formato losangulare
citoplasma repleto de grânulos de querato-hialina, que dá origem à filagrina,
importante componente do envelope das células corneificadas. Nesta camada, já
se observam, além da filagrina, os outros componentes necessários para a morte
programada das células e a formação da barreira superficial impermeável à água,
como involucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina.
Na pele da
região palmoplantar, há uma camada adicional entre as camadas granulosa e
córnea denominada estrato lúcido. Suas células são
anucleadas e formam uma faixa clara e homogênea, fortemente coradas pela eosina
à microscopia óptica.
Camada
Córnea
É a camada
mais superficial da pele. Sua espessura é variável de acordo com a topografia
anatômica, sendo maior nas palmas e plantas. O processo de maturação dos
queratinócitos está completo no estrato córneo, apresentando células anucleadas
com um sistema de filamentos de queratina imerso em uma matriz contínua
circundada por membrana celular espessada.
Melanócitos
São células
dendríticas de origem ectodérmica que sintetizam pigmento melânico.
Localizam-se na camada basal e seus dendritos estendem-se por longas distâncias
na epiderme, estando em contato com muitos queratinócitos para os quais
transfere melanina. O melanócito e os queratinócitos com os quais se relaciona
constituem as unidades epidermomelânicas da pele, numa proporção de 1 para 36,
respectivamente.
Células de
Langerhans
São células
dendríticas originadas na medula óssea que constituem 2 a 8% das
células da epiderme e localizam-se na camada espinhosa. Na microscopia
eletrônica, são caracterizadas por estruturas citoplasmáticas denominadas
grânulos de Birbeck, que se assemelham a uma raquete de tênis.
Têm função imunológica, como células apresentadoras de antígenos aos linfócitos
T.
Células de
Merkel
São células
de origem controversa encontradas nas extremidades distais dos dedos, lábios,
gengivas e bainha externa dos folículos pilosos. Alguns acreditam que sejam de
origem neuroendócrina, pois apresentam grânulos intracitoplasmáticos com
substâncias neurotransmissoras e estão em contato íntimo com fibras nervosas da
derme, constituindo os discos de Merkel, que provavelmente são
mecanorreceptores.
Junção Dermoepidérmica
As células
da camada basal da epiderme repousam sobre uma estrutura chamada membrana
basal. À microscopia óptica, essa zona limítrofe corada pelo ácido periódico de
Schiff (PAS) revela uma delgada zona uniforme de reação intensa. Os estudos de
microscopia eletrônica esclareceram a complexidade dessa região, o que vem
facilitando a compreensão de várias doenças cutâneas. A zona da membrana basal
é constituída por 4 áreas distintas: a membrana celular da célula basal; a
lâmina lúcida, sob a membrana plasmática dos queratinócitos basais, com seus
hemidesmossomos; a lâmina densa, formada por colágeno tipo IV; e a lâmina
fibrorreticular, que se continua com a derme subjacente.
A função da
zona da membrana basal é fornecer a ancoragem e a adesão da epiderme com a
derme, mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes dois componentes e
atuando como filtro para a transferência de materiais e células inflamatórias
ou neoplásicas.
Várias
doenças mecanobolhosas hereditárias e auto-imunes envolvem a separação e a
formação de bolhas em vários níveis da junção dermoepidérmica, como
epidermólise bolhosa, penfigoide bolhoso, penfigoide gestacional e lúpus
eritematoso bolhoso.
Não percam os próximos posts!
Nenhum comentário:
Postar um comentário